REMESSAS PARA O ESTRANGEIRO AUMENTARAM 13%

As remessas e outras transferências pessoais de Angola para o estrangeiro aumentaram 13% no primeiro trimestre de 2024 face aos três meses anteriores, sendo Portugal o principal destino, segundo um relatório do Banco Nacional de Angola.

Entre Janeiro e Março, as remessas fixaram-se em 60,39 milhões de dólares (55,8 milhões de euros ao cambio actual), dos quais 45,48 milhões de dólares (42,08 milhões de euros) tiveram Portugal como destino.

Entre os principais destinos do dinheiro angolano seguem-se a China (4,53 milhões de dólares), o Vietname (1,68 milhões de dólares) e os EUA (1,63 milhões de dólares).

Neste período, as remessas e outras transferências pessoais recebidas do resto do mundo cifraram-se em 3,3 milhões de dólares (cerca de 3,05 milhões de euros), representando um acréscimo de 0,3 milhões de dólares em relação ao trimestre anterior e uma redução de 0,5 milhões face ao período homólogo de 2023.

As remessas de Portugal tiveram uma variação negativa de 10,6%, enquanto as remessas enviadas para este país cresceram 18,5%.

O Canadá foi o país de destino que mais cresceu (768,9%), enquanto as remessas provenientes de Moçambique foram as que mais aumentaram neste período (123,5%).

OS DADOS GLOBAIS DE 2023

Mais de 75% dos valores enviados de Angola para o exterior no ano passado, num total de 89 milhões de dólares (83 milhões de euros), tiveram como destino Portugal e Brasil, segundo o relatório anual do Banco Nacional de Angola (BNA).

O BNA destacou uma tendência crescente nos envios e nos recebimentos através das sociedades prestadoras de serviços de pagamento nos últimos dois anos e salientou que, em 2023, o valor dos envios para o exterior do país atingiu o montante de 89,44 milhões de dólares, uma variação homóloga de quase 13%.

Este aumento justifica-se pela entrada de novos bancos fornecedores deste serviço, bem como pelo regresso da Western Union, referiu o BNA.

Portugal e Brasil foram os principais destinatários destas remessas, com 43,86% e 31,86%, respectivamente.

Os recebimentos tiveram comportamento semelhante, registando um montante de 16,7 milhões de dólares (15,64 milhões de euros), um acréscimo de 9,28% face ao ano de 2022.

Portugal foi o principal país de procedência destes valores com uma representatividade de 17,69%, seguindo-se os Estados Unidos da América com 17,03%, França, Reino Unido e do Brasil com 11,54%, 9,13% e 6,57%, respectivamente.

O sector financeiro não-bancário angolano era constituído em 2023 por 60 instituições, das quais 58 em funcionamento, nomeadamente 26 casas de câmbio (duas suspensas), 15 sociedades prestadoras de serviços de pagamento, 18 sociedades de microcrédito e uma sociedade cooperativa de crédito.

O relatório do BNA destacou os decréscimos sucessivos nos últimos cinco anos nas operações de compra e venda de moeda estrangeira, nas casas de câmbio, que atingiram em 2023 o seu valor mais baixo.

No período em análise, o volume de compras de moeda estrangeira efectuado pelas casas de câmbio atingiu o montante equivalente a 3,42 milhões de dólares (3,20 milhões de euros), enquanto as vendas de moeda estrangeira ficaram pelos 2,87 milhões de dólares (2,68 milhões de euros).

Recorde-se que as remessas dos portugueses a trabalhar em Angola subiram 9,67% em Setembro de 2023, para 25,3 milhões de euros, contribuindo para uma subida de 1,61% nos primeiros nove meses do ano, para 219,6 milhões de euros.

De acordo com os cálculos que se basearam nos dados do Banco de Portugal, somando as remessas dos primeiros nove meses de 2023, constatava-se uma subida de 1,61%, já que os emigrantes enviaram 219,6 milhões de euros nesse período, acima dos 216,1 milhões enviados no período homólogo de 2022.

Como é habitual, as remessas dos portugueses em Angola representam a quase totalidade das verbas enviadas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) para Portugal, pelo que os valores totais enviados destes países estão em linha com as variações registadas com as remessas de Angola.

Em Setembro, os emigrantes portugueses nos PALOP enviaram 26,3 milhões de euros, 10,5% acima do registado em Setembro do ano passado.

Juntando as remessas de Janeiro a Setembro, o valor é de 226,3 milhões de euros, 1,79% acima dos 222,36 milhões enviados em igual período de 2022 pelos trabalhadores portugueses nestes países africanos.

No total, as remessas dos emigrantes subiram 1,5% em Setembro, fazendo que a subida dos primeiros nove meses, em comparação com o mês homólogo do ano passado, tenha sido de 2,9%, para 2.966,4 milhões de euros.

Os emigrantes enviaram, de Janeiro a Setembro, 2.966,4 milhões de euros, o que representa uma subida de 2,89% face aos 2.883,1 milhões enviados nos primeiros nove meses de 2022.

Em sentido inverso, os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram 44,1 milhões de euros para os seus países de origem, contribuindo para a subida de 8,9%, para 432,15 milhões de euros, das remessas enviadas de Janeiro a Setembro de 2023, em comparação com o período homólogo de 2022, no qual enviaram 396,8 milhões de euros.

Os brasileiros em Portugal representam cerca de metade do total das remessas enviadas para os países de origem, tendo remetido para o país lusófono da América do Sul 212,4 milhões de euros de Janeiro a Setembro, o que representa uma subida de quase 10% face aos 193,74 milhões de euros que tinham enviado nos primeiros nove meses do ano passado.

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